O motim das nações contra Deus

Satanás esta liderando o motim das nações contra nosso Deus. Por todos os cantos da terra, leis estão sendo decretadas para afrontar os princípios da Palavra. O pecado está sendo institucionalizado e se tornando regra obrigatória de valores da sociedade. E milhões que se dizem “cristãos” perderam o caráter de peregrinos e passaram a agir como cidadãos do reino das trevas.

No Brasil a situação é a mesma. Pesando bem, pior. Satanás está ganhando terreno diante de um país cheio de cristãos medíocres e mundanos. Uma verdadeira lástima. O estilo de vida satânico ganhou nomes diferentes para ser aceito. A maior parte do que se chama Igreja está atolada nos conceitos do inferno.

Em Babel, os homens tomaram uma decisão de uma máxima rebelião contra Deus. O desenvolvimento de Babel resultou em Babilônia, que teve um rei chamado Nabucodonosor, que se proclamou grandioso e majestoso, acima de Deus. Uma perfeita personificação do ideal de Satanás (Is 14.12-13).Esta rebelião tomou um curso definido na história, a cada época ele avança de forma avassaladora sobre os homens em trevas. Ninguém conseguirá impedir o curso do mundo, ele avançará para seu ápice, no reino do anticristo.

Jesus profetizou um esfriamento da fé nos últimos dias, por causa da multiplicação da iniquidade (Mt 24.12). Vemos o pecado por toda a parte e corremos o risco de não nos chocar mais com ele e aceitá-lo. Cada um deve tomar uma posição séria de rejeição ao sistema mundano ou não resistirá à força de sua carne alimentada pelo inferno.

Não entendo a fé, se é que existe uma fé real, de pretensos “irmãos” fãs da Rede Globo, Record, SBT ou de qualquer lixo “ao vivo” de Satanás. Que espírito habita neles, que os leva a saborearem as podridões infernais exibidas em suas TVs?

Não entendo a fé de “irmãos” que vivem nas locadoras de vídeo levando violência, pornografia (sim, qual o filme que não tem isto?), linguagem obscena e tantas outras coisas que são frutos da rebelião ao nosso Deus. Não entendo como esses “irmãos” não possuem prazer na lei no Senhor, para nela meditar de dia e de noite (Sm 19). Precisam que os produtos de Satanás os divirtam.

Não entendo a fé de muitos “irmãos” fãs de músicas elaboradas por embaixadores do inferno.

Não dá para entender o sucesso da música dita gospel. Quando mercadores e marreteiros da fé ganham fortunas e fama, usando o nome de Jesus como mercadoria. Seus ritmos embaladores de alma são cantados em “cultos”, com animadores de platéia e toda uma parafernália de instrumentos barulhentos. As músicas de adoração, feitas por quem andou perto de Deus, são substituídas pelas que representam a tendência do momento. Ou seja, nada diferente do restante do mundo. Uma lástima. Inventaram até um ministério de louvor ou adoração (uma coisa esquisita e contra os princípios da Nova Aliança!). Louvor e adoração passaram a ser frutos de talentos humanos e não de expressão de uma vida crucificada. Heresia.

Não entendo a fé de “irmãos” viciados em lixos na internet, coisas vãs e tempos perdidos em conversas tolas nas chamadas “redes sociais”. Consideram válido o tempo perdido em tolas conversas, quando poderiam gastar suas horas livres na Palavra e na oração. Mas, nisto eles não se sentem estimulados. E vivem de uma experiência rasa e duvidosa com Deus. Lembremos que os mornos serão vomitados da boca de Deus (Ap 3.16).

Não entendo a fé de “irmãos” ávidos por títulos, dinheiro, posições sociais e conhecimento. Eles não se enxergam assim. Falam de Deus e fingem que seu Reino está em primeiro lugar em suas vidas. Buscam seu próprio reino e pensam que enganam a Deus com palavras vãs. No dia do juízo, a Palavra diz que Deus julgará os segredos do coração do homem (Rm 2.16).

De fato, um monte de “cristãos” desfilando em “marchas para Jesus” deve fazer o inferno cair em gargalhadas e zombarias. Afinal Satanás controla a maioria dos que estão ali. Seus valores, entretenimentos e tempo são administrados pelos agentes do inferno. Para ler mais Clique Aqui…

A Vida de Renúncia

Abraão e IsaqueOs cristãos atualmente ouvem muito a respeito da vida de renúncia. Mas o que isto significa exatamente? A vida de renúncia é o ato de devolver a Jesus a vida que Ele lhe concedeu. É abandonar o controle, os direitos, o poder, a direção, tudo o que você faz e diz. É entregar totalmente a vida em Suas mãos, para que Ele a conduza como quiser.

Eu me pergunto: onde estes santos conseguiram a autoridade espiritual e o vigor para fazerem tudo o que fizeram? Eles eram um outro tipo de gente, servos de um tipo totalmente diferente daquele que vemos hoje na igreja. Eu simplesmente não consigo me ver relacionado a eles, e ao seu caminhar. Sei que não sou totalmente do tipo deles. E não conheço um único cristão que seja.

O próprio Jesus viveu uma vida de renúncia: “Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (João 6:38). “Eu não procuro a minha própria glória” (8:50). Cristo nunca fez algo da própria vontade. Ele nunca deu um passo, nem disse uma palavra, sem ser instruído pelo Pai. “Eu nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou…porque faço sempre o que lhe agrada” (8:28-29).

A submissão total de Jesus ao Pai é um exemplo de como todos nós deveríamos viver. Você pode dizer: “Jesus era Deus na forma humana. Sua vida estava entregue antes mesmo de vir à Terra”. Mas a vida de renúncia não é imposta a ninguém, incluindo Jesus.

Cristo pronunciou estas palavras sendo um homem de carne e osso. Afinal, Ele veio ao mundo não para viver como Deus, mas como ser humano. Ele viveu a vida do mesmo modo que nós. E, como nós, tinha vontade própria. Ele optou por entregar esta vontade totalmente ao Pai: “Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou. Tenho autoridade para a entregar, e também para reavê-la” (João 10:17-18).

Jesus estava nos dizendo: “Não se enganem. Este ato de auto-entrega está totalmente sob a Minha vontade. Estou optando por dar a Minha vida. E não estou fazendo isto porque alguém Me disse para fazê-lo. Ninguém está tomando a Minha vida de Mim. Meu Pai Me deu o direito e o privilégio de entregá-la. Ele também deu a opção de Eu passar de Mim este cálice e evitar a cruz. Mas escolho fazê-lo, por amor e completa submissão a Ele”.

Nosso Pai celeste deu a todos nós este mesmo direito: o privilégio de escolhermos uma vida de renúncia. Ninguém é forçado a abrir mão de sua vida para Deus. Nosso Senhor não nos faz sacrificar nossa vontade, devolvendo-Lhe nossas vidas. Ele nos oferece livremente uma terra prometida, cheia de leite, mel e frutas. Mas podemos optar por não entrar neste lugar de plenitude.

A verdade é que podemos ter tanto de Cristo quanto quisermos. Podemos nos aprofundar nEle o quanto optarmos, vivendo plenamente segundo Sua palavra e direção. O apóstolo Paulo sabia disso. E escolheu seguir o exemplo de Jesus – o de uma vida de submissão total.

Paulo tinha sido no passado uma pessoa que odiava Jesus, um perseguidor de cristãos convencido da própria justiça. Ele mesmo afirmou que literalmente respirava ódio contra os seguidores de Cristo. Também era um homem muito obstinado e ambicioso. Paulo era bem instruído, tendo sido ensinado pelos melhores mestres da época. E era fariseu, entre os mais zelosos líderes religiosos judeus.

Desde o princípio Paulo estava em ascensão, a caminho do sucesso. Ele tinha a aceitação da ordem religiosa da época. E tinha uma clara missão, com recomendações de seus superiores. Na verdade, ele tinha sua vida toda planejada, sabendo exatamente aonde estava indo. Paulo estava confiante de estar fazendo a vontade de Deus.

Mas o Senhor tomou este homem que venceu por si próprio, obstinado, independente – e o transformou num ardente exemplo da vida de renúncia. Paulo tornou-se uma das pessoas mais dependentes, plenas e conduzidas por Deus de toda a história. Em verdade, Paulo declara que a sua vida é um modelo para todos que quiserem viver inteiramente entregues a Cristo: “Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna” (1 Timóteo 1:16).
O apóstolo estava dizendo: “Se você quer saber quanto custa viver uma vida de renúncia, veja a minha. Você determinou em seu coração ir mais a fundo com Jesus? Aqui está o que você poderá ter que suportar”. Paulo sabia que poucos estariam dispostos a seguir seu exemplo. Mas a sua vida é um modelo para todos que escolherem a vida de renúncia integral.

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“Um Chamado para ANGÚSTIA”

Eu olho para todo o cenário religioso atual e tudo o que vejo são invenções e ministérios de homens e carne. A maioria sem poder. Não há impacto sobre o mundo e eu vejo mais do mundo entrando na igreja e impactando a igreja do que a igreja impactando o mundo. Eu vejo a música tomando conta da Casa de Deus, eu vejo o entretenimento tomando conta da Casa de Deus. Buscam o Entretenimento na Casa de Deus, e odeiam a correção e a repreensão, ninguém quer ouvir mais isso. O que aconteceu com a angústia na casa de Deus? O que aconteceu com a angústia no ministério? Esta é uma palavra que não se ouve mais nesta época mimada, não se ouve mais.

Angústia significa extrema dor e sofrimento. Um sentimento de tanta comoção que se torna doloroso. Uma dor aguda em seu interior por causa das condições sobre você, dentro de você ou ao seu redor. Angústia. Profunda dor. Profundo pesar. Agonia do coração de Deus. Temos realizado nossa retórica religiosa e nosso papo sobre avivamento, mas nos tornamos tão passivos. Toda verdadeira paixão é nascida da angústia. Toda verdadeira paixão por Cristo vem de um batismo de angústia. Você procura nas escrituras e encontra que quando Deus decidia restaurar uma situação de ruínas Ele compartilhava sua própria angustia pelo o que via acontecendo a Sua igreja e Seu povo, e Ele encontrava um homem de oração, e Ele tomava aquele homem e literalmente batizava-o em sua angústia. Você encontra isso no livro de Neemias. Jerusalém está em ruínas. Como Deus está indo tratar disso? Como Deus está indo restaurar as ruínas? Pessoal, olhe para mim. Neemias não era um pregador, ele tinha uma profissão, ele era um homem de oração. Deus encontrou um homem que não teria apenas um momento de emoção, não apenas uma grande explosão de preocupação e então a deixaria morrer. Ele disse: “Não. Eu me quebrantei e eu chorei e eu lamentei e eu jejuei. Então eu comecei a orar noite e dia”. Porque não estes outros homens, por que eles não tinham uma resposta? Porque Deus não os usou na restauração? Por que eles não tiveram uma palavra? Por que não havia um sinal de ANGÚSTIA! Nenhum choro! Nenhuma palavra de oração! Tudo em ruínas! Isto importa pra você hoje? Isto importa pra você se a Jerusalém espiritual de Deus, A Igreja, está casada com o mundo? Que exista uma frieza tão grande varrendo a terra? Mais do que isso, você se importa com a Jerusalém em nossos corações? O sinal de ruína que está lentamente drenando o poder espiritual e a paixão. Cegos para a mornidão, cegos para a mistura que está rastejando para dentro. É tudo o que o diabo quer fazer, tirar a luta de dentro de você. E matá-la. Então você não irá se esforçar mais em oração. Você não irá chorar mais diante de Deus. Você pode sentar e assistir televisão e a sua família vai para o inferno. Deixe-me perguntar a você, é o que eu disse que te condena completamente?

Há uma grande diferença entre angustia e preocupação. Preocupação é algo que começa com seu interesse, você tem interesse em um projeto ou causa ou necessidade. Eu quero te contar algo que aprendi nesses meus cinqüenta anos de pregação. Se não é nascido na angústia, se não é nascido do Espírito Santo, onde o que você viu e ouviu sobre as ruínas te colocou de joelhos, te fez descer a um batismo de angústia onde você começou a orar e buscar a Deus, eu sei agora, oh meu Deus eu sei disso, até estar em agonia, até eu ter sido angustiado por isso. E todos os nossos projetos, todos os nossos ministérios, tudo o que fazemos, onde estão os professores de escolas dominicais que choram pelas crianças que eles sabem que não estão os ouvindo e estão indo para o inferno? Você percebe, a verdadeira vida de oração começa num lugar de angústia.
Você percebe, se você dispõe seu coração a orar, Deus virá compartilhar o coração Dele com você.

Seu coração começa a clamar: Oh Deus, Teu nome está sendo blasfemado. O Espírito Santo está sendo escarnecido. O inimigo está tentando destruir o testemunho da fidelidade do Senhor e algo precisa ser feito. Não haverá renovação, nem avivamento, nem despertamento até que estejamos dispostos a deixá-Lo nos quebrar novamente. Pessoal, está ficando tarde e está ficando sério. Por favor, não me diga, não me diga que está preocupado, quando você passa horas na frente da internet ou televisão. Vamos lá.

Senhor, precisamos chegar a este altar e confessar: Eu não sou o que eu era, eu não estava onde deveria estar. Deus eu não tenho o Seu coração ou Seu fardo. Eu queria a facilidade. Eu só queria ser feliz. Mas Senhor, a verdadeira alegria vem, a verdadeira alegria vem de dentro da angústia.

Não há nada da carne que te dará alegria.

Não me importa quanto dinheiro, não me importa qual é o novo tipo de casa, não há absolutamente nada físico que possa te dar alegria. É somente algo alcançado pelo Espírito Santo quando você obedece e assume o coração Dele.

Construa muros ao redor de sua família, construa muros ao redor do seu coração. Faça-se forte e invencível contra o inimigo.

Deus é isto o que desejamos.

…David Wilkerson – “A Call To Anguish”

Cristãos antigos!

O impiedoso Galério com o seu grande prefeito Asclepíades invadiu a cidade de Antioquia no intuito de, pela força das armas, fazer todos os cristãos renunciar radicalmente à sua pura religião. Naquele dia os cristãos encontravam-se reunidos, e um certo Romano foi correndo anunciar-lhes que os lobos estavam por perto querendo devorar o rebanho cristão. — Mas não tenham medo — disse ele — nem deixem que esse iminente perigo os perturbe, meus irmãos. — Aconteceu então que, pela grande graça de Deus atuando em Romano, velhos e matronas, pais e mães, mancebos e donzelas, mostraram todos a mesma vontade e decisão, estando mais do que dispostos a derramar o próprio sangue em defesa da fé que professavam.

Chegou ao prefeito a notícia de que um pelotão de soldados armados não conseguiu arrancar o báculo da fé das mãos da congregação de cristãos, e tudo porque Romano os instigou com tal veemência que eles não hesitaram em oferecer a própria garganta, desejando morrer gloriosamente pelo nome de Cristo. — Encontrem o rebelde — disse o prefeito — tragam-no à minha presença para que ele responda por toda a seita. — Ele foi apreendido e, amarrado como uma ovelha conduzida ao matadouro, foi apresentado ao imperador, que, fixando-o com semblante irado, disse: — Como! És tu o autor da revolta? És tu a causa de tantos perderem a própria vida? Juro pelos deuses que tu hás de pagar caro por isso. Primeiro, na tua carne sofrerás as dores para as quais animaste o coração dos teus colegas.

Respondeu Romano: — A tua sentença, ó prefeito, eu a recebo com alegria. Não me recuso a ser sacrificado pelos meus irmãos, por mais cruéis que sejam os meios que tu possas inventar. No que se refere ao fato de que os teus soldados foram repelidos pela congregação cristã, isso apenas aconteceu porque era inadmissível que idólatras e adoradores de demônios entrassem na casa de Deus e poluíssem o lugar da verdadeira oração.

Então Asclepíades, absolutamente furioso com essa intrépida resposta, ordenou que Albano fosse amarrado com os braços presos ao corpo e depois eviscerado. Os próprios carrascos, que tinham um coração mais piedoso que o do prefeito, intercederam: — Não pode ser, senhor. Este homem é de uma família nobre. É ilegal submeter um nobre a morte tão ignóbil. — Respondeu o prefeito: — Que seja então flagelado com açoites com pontas de chumbo. — Em vez de lágrimas, suspiros e gemidos, ouviu-se a voz de Albano cantando salmos durante todo o tempo da flagelação, pedindo aos algozes que não o poupassem pela sua nobreza. — Não é o sangue dos meus progenitores — dizia ele — mas sim a profissão de fé cristã que me faz nobre. — As salutares palavras do mártir eram como óleo para o fogo da fúria do prefeito. Quanto mais o mártir falava, mais enlouquecido ele ficava, a ponto de ordenar que as ilhargas do mártir fossem perfuradas a faca até aparecer o branco dos ossos.

Quando Romano pela segunda vez pregou o Deus vivente, o Senhor Jesus Cristo, Seu Filho bem-amado, e a vida eterna por meio da fé no Seu sangue, Asclepíades ordenou aos carrascos que lhe esmurrassem a boca até que seus dentes fossem arrancados e sua pronúncia acabasse também afetada. A ordem foi cumprida: ele foi esmurrado, suas sobrancelhas foram rasgadas a unha e suas faces perfuradas a faca; a pele da barba foi pouco a pouco arrancada; finalmente, seu belo rosto estava todo deformado. Disse o dócil mártir: — Eu lhe agradeço, ó prefeito, por ter aberto em mim muitas bocas, com as quais posso pregar a Cristo, meu Senhor e Salvador. Veja cada ferida que eu tenho é uma boca louvando e cantando a Deus.

O prefeito, assombrado com essa singular constância, ordenou que suspendessem as torturas. Ameaçou o nobre mártir com o fogo cruel, insultou-o e blasfemou a Deus dizendo: — O teu Cristo crucificado não é mais que um Deus de ontem. Os deuses dos gentios são de extrema antigüidade.

Nesse ponto Romano, aproveitando a ocasião, fez um longo discurso sobre a eternidade de Cristo, sua natureza humana, e sobre a sua morte e expiação pela humanidade. Em seguida, disse ele: — Dê-me, ó prefeito, uma criança de apenas sete anos, idade isenta de malícia de outros vícios com os quais a idade mais madura geralmente está infectada, e o senhor ouvirá o que ela tem a dizer. — Seu pedido foi aceito.

Dentre a multidão chamou-se um menininho que foi colocado diante do mártir. — Dize-me, filhinho — disse ele — se tu achas que há razão para que adoremos a um só Cristo, e em Cristo a um só Pai, ou então para que adoremos a muitos deuses. Ao que o menininho respondeu: — Certamente Aquele que os homens afirmam ser Deus (seja o que for), deve ser um só; e o que lhe é próprio é único. Porque Cristo é único, Cristo é necessariamente o verdadeiro Deus, pois nós crianças não podemos acreditar que existam muitos deuses.

 A essa altura o prefeito, tomado de puro espanto, disse: — Tu, jovem vilão e traidor, onde e de quem aprendeste essa lição?
— De minha mãe — disse a criança. — Com seu leite suguei a lição de que devo crer em Cristo. Chamou-se a mãe, e ela de bom grado se apresentou. O prefeito ordenou que a criança fosse pendurada e açoitada. Os condoídos espectadores desse ato impiedoso não conseguiam controlar as lágrimas. Apenas a mãe, exultante e feliz, a tudo assistia com as faces secas. Na verdade, ela repreendeu o seu doce filhinho por implorar um gole de água fria. Disse-lhe para ter sede da taça da qual outrora beberam os infantes de Belém, deixando de lado o leite e as papinhas de suas mães. Ela o encorajou a lembrar-se do pequeno Isaque que, vendo a espada com a qual seria abatido e o altar sobre o qual seria queimado em sacrifício, de boa mente apresentou o tenro pescoço ao golpe da espada do seu pai. Enquanto era dado esse conselho, o sanguinário algoz arrancou o couro do alto da cabeça do menino, com cabelo e tudo. Gritou então a mãe: — Agüenta, filhinho! Logo tu verás Aquele que te enfeitará a cabeça nua com uma coroa de glória eterna. — A mãe consola, a criança sente-se consolada; a mãe anima, o menininho sente-se animado e recebe os açoites com um sorriso no rosto.

 O prefeito, percebendo que a criança era invencível e sentindo-se derrotado, mandou o abençoado menininho para a fétida masmorra e deu ordens para que as torturas de Romano, principal autor destas maldades, fossem repetidas e intensificadas.

Assim, Romano foi trazido outra vez para novos açoites, devendo os castigos ser renovados e aplicados sobre as suas velhas feridas. O tirano já não agüentava mais; era necessário apressar a sentença de morte. — É penoso para ti — disse ele — continuar vivo por tanto tempo? Não tenhas dúvida de que uma flamejante fogueira será em breve preparada. Nela tu e aquele menino, teu companheiro de rebelião, sereis consumidos e transformados em cinza. — Romano e o menininho foram conduzidos para a execução. Ao chegarem ao local escolhido, os carrascos arrancaram o filho da sua mãe, que o tomara nos braços. A mãe, limitando-se a beijá-lo entregou a criancinha. — Adeus! — disse ela — Adeus, meu doce filhinho. Quando tiveres entrado no reino de Cristo, lá no teu abençoado estado lembra-te da tua mãe. — E enquanto o carrasco aplicava a espada ao pescoço da criancinha, ela cantou assim:

Todo louvor do coração e da voz
Nós te rendemos Senhor.
Neste dia em que a morte deste santo
Recebes com muito amor.

Tendo sido cortada a cabeça do inocente, a mãe a envolveu em seu vestido e a segurou no colo. Do lado oposto, uma grande fogueira foi acesa na qual Romano foi atirado. No mesmo instante desabou uma grande tempestade. Finalmente o prefeito, sentindo-se confuso diante da força e coragem do mártir, deu ordens rigorosas para que ele fosse reconduzido à prisão, onde deveria ser estrangulado.*

*Trecho extraído de “O Livro dos Mártires”

Agonia – Leonard Ravenhill

Nós nunca vimos à morte agonizante de um homem na cruz. No momento exato em que um homem é pregado à cruz, ele perde todos os seus direitos. E se você for pregado a uma cruz, você perderá todos os seus direitos também. Paulo disse: “Ninguém me inquiete! Estou cercado! Eu trago em meu corpo marcas de um escravo, eu sou um servo de Jesus Cristo”. “Eu não tenho vontade própria; eu não tenho direitos próprios.”

Existe um velho hino baseado nesse mesmo tema: “Deixe minhas mãos realizarem Suas ordens, deixe meus pés correrem em seus caminhos, deixe meus olhos verem somente a Jesus, deixe meus lábios adorarem-no. TUDO POR JESUS! Todo o poder restante em meu ser, todos meus pensamentos, palavras e atitudes. Todos os meus dias e todas minhas horas. Este homem não é uma criatura profissional, pregação não é uma profissão, é uma PAIXÃO. Se um homem não consegue pregar com paixão, ele nem deveria pregar! Não existe nem um sopro de profissionalismo em todo o ministério de Paulo e graças a Deus que também não há qualquer sopro de mercantilismo. Paulo não tinha medo. Vocês sabem o que ele fez uma vez? E eu peço a Deus que alguns de vocês façam isso. Vocês sabem o que ele fez uma vez? Ele disse: “Eu me ponho de joelhos perante o Pai”. E por que ele ter se prostrado de joelhos perante o Pai, ele nunca teve que se por de joelhos perante ninguém mais, nem demônios, políticos e reis, ele se manteve lá, magnificamente. “Eu carrego em meu corpo as marcas do Senhor Jesus”. E hoje em dia na América, eu ouso dizer isto perante Deus, eu acredito que temos centenas de milhões de fitas cassete gospel, e milhões de livros gospel, e centenas de escolas bíblicas, e centenas de seminários todo o ano, temos pessoas memorizando as escrituras, e temos 5.000 estações de rádio que fornece diariamente alguma parte das escrituras e ainda, como todas estas coisas para nos alimentar (Deus Amado! Onde estamos?), com todas estas coisas para nos engrandecer, 95% de nós são aleijados espirituais, impúberes espirituais, bebês espirituais, crianças. Cheios de piedade própria, interesse próprio, busca própria, preocupados apenas consigo mesmos, primeiro eu.

E algumas pessoas amam a Deus porque Ele dá. Eles fazem parte deste miserável “evangelho da prosperidade”. Paulo é muito claro, ele diz, escrevendo a Timóteo, que chegaria o dia em que pessoas pensariam que “Cristianismo significa ganhar”. Alguns dos santos escolhidos de Deus sequer possuem uma camisa para trocarem-se. Pedro disse em seus dias que alguns farão negócio com o nome de Cristo. Aquilo é mais verdadeiro nos dias que vivemos. Recentemente uma pessoa disse a um amigo meu, que iria fazer algumas “construções” para Deus. Ele disse: Escute, deixe-me dar-lhe um conselho, não edifique nada que possa te envergonhar em alguns anos. Aquela foi uma observação interessante.
Eu vejo dinheiro de Deus direcionado para edifícios majestosos, piscinas, e quadras de tênis e (eu quero vomitar!), com o mundo faminto, como o campo missionário precisando de dinheiro. Paulo nunca fez do Evangelho um glamour, é um Evangelho muito sangrento, ensangüentado. É um Evangelho de SACRIFÍCIOS!

Eu acredito que a essência do cristianismo é o sacrifício, não sucesso, SACRIFÍCIO. A coisa mais preciosa que lidaremos será a alma humana.
Só há um caminho para o céu. Existem milhões de caminhos para o inferno! O que você tem que fazer para ir ao inferno? NADA! Apenas não faça nada, só isso! Você não tem que desdenhar de Deus, você não tem que blasfemar o nome de Jesus, você não tem que ser adúltero, apenas CRUZE OS BRAÇOS. Pois o maior pecado do mundo não é o adultério. O maior pecado do mundo é “eu posso ajeitar minha vida sem Deus”, este é o maior erro. Você pode dizer algumas vezes: “Eu me pergunto por que Deus não me concede responsabilidades? Sabe por quê? Por que Ele não confia em você! É por isso! Você não é forte o suficiente para carregar o fardo. Muitos de vocês aqui nesta manhã não precisam de mais leveza. Isso só faria as coisas ainda piores parra você no julgamento, o que vocês precisam é de mais obediência, o que você soube por anos, mas resistiu. Você se lembra de algumas daquelas palavras maravilhosas que Jesus disse aos seus discípulos? “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não podeis suportar agora”. Eu digo, reverentemente, ao Deus Todo Poderoso: Não me diga essas palavras no trono de julgamento! Não me deixe diante de John Wesley e Finney e todos os santos do passado e dizer: “Eu tenho muito a lhe dizer, mas você está tão preocupado com isso ou com aquilo, que não pude me achegar a você, e se eu pudesse você não seria maduro suficiente para lidar com isso”.

Cinco minutos dentro da eternidade, eu creio que cada um de nós, desejaríamos ter: sacrificado mais, orado mais, amado mais, suado mais, agoniado mais, chorado mais!

95% dos cristãos em nossa nação são fracos, Deus não pode confiar a eles uma revelação, Deus não pode confiar a vocês fardos. Você não pode confiar jóias a crianças. Você não pode confiar a eles algo que requer BRAVURA, eles são tão tímidos. Você não pode confiar nenhum fardo a eles, você os destruiria!

Cinco minutos dentro da eternidade, eu creio que cada um de nós, desejaríamos ter: sacrificado mais, orado mais, amado mais, suado mais, agoniado mais, chorado mais!

(Trechos retirados de uma pregação de Leonard Ravenhill)

Nós Nos Tornamos Naquilo Que Amamos

A. W. Tozer

Estamos todos num processo de transformação. Já saímos daquilo que éramos e chegamos a esta posição onde estamos; agora estamos caminhando para aquilo que seremos.

Saber que nosso caráter não é sólido e imutável e, sim, flexível e maleável não é, em si, uma idéia que incomoda. De fato, a pessoa que conhece a si mesma pode receber grande consolo ao compreender que não está petrificada no seu estado atual; que é possível deixar de ser aquilo que se envergonha de ter sido até então; e que pode caminhar em direção à transformação que seu coração tanto almeja.

O que perturba não é o fato de estarmos em transformação, e sim no quê estamos nos tornando; não é problema o estarmos em movimento, precisamos saber para onde estamos nos movendo. Pois não está na natureza humana mover-se num plano horizontal; ou estamos subindo ou descendo, alçando vôo ou afundando. Quando um ser moral (com o poder de escolha) se desloca de uma posição a outra, necessariamente é para o melhor ou para o pior.

Isto é confirmado por uma lei espiritual revelada no Apocalipse: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Ap 22.11).

Não só estamos todos num processo de transformação, mas estamos nos tornando naquilo que amamos. Em grande medida, somos a somatória de tudo que amamos e, por necessidade moral, cresceremos na imagem daquilo que mais amamos; pois o amor, entre outras coisas, é uma afinidade criativa; muda, molda, modela e transforma. É sem dúvida o mais poderoso agente que afeta a natureza humana depois da ação direta do Espírito Santo dentro da alma.

O objeto do nosso amor, então, não é um assunto insignificante a ser desprezado. Pelo contrário, é de importância atual, crítica e permanente. É profético do nosso futuro. Mostra-nos o que seremos e, desta forma, prediz com precisão nosso destino eterno.

Amar objetos errados é fatal para o crescimento espiritual; torce e deforma a vida e torna impossível a imagem de Cristo se formar na alma humana. É somente quando amamos as coisas certas que nós mesmos podemos estar certos; e é somente enquanto continuamos amando-as que podemos nos deslocar lenta, mas firmemente, em direção aos objetos da nossa afeição purificada.

Isto nos dá em parte (e somente em parte) uma explicação racional para o primeiro e grande mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37).

Tornar-se semelhante a Deus é, e precisa ser, o supremo objetivo de toda criatura moral. Esta é a razão da sua criação, a finalidade sem a qual não existiria nenhuma desculpa para sua existência. Deixando de fora, no momento, aqueles estranhos e belos seres celestiais a respeito dos quais conhecemos tão pouco (os anjos), concentraremos nossa atenção na raça caída da humanidade. Criados originalmente na imagem de Deus, não permanecemos no nosso estado original, deixamos nossa habitação apropriada, ouvimos os conselhos de Satanás e andamos de acordo com o curso deste mundo e com o espírito que agora opera nos filhos da desobediência.

Mas Deus, que é rico em misericórdia, com seu grande amor com que nos amou, mesmo quando estávamos mortos em nossos pecados, proveu-nos expiação. A suprema obra de Cristo na redenção não foi salvar-nos do inferno, mas restaurar-nos à semelhança de Deus, ao propósito declarado em Romanos 8: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).

Embora a perfeita restauração à imagem divina aguarda o dia do aparecimento de Cristo, a obra da restauração está em andamento agora. Há uma lenta, porém firme, transmutação do vil e impuro metal da natureza humana para o ouro da semelhança divina, que ocorre quando a alma contempla com fé a glória de Deus na face de Jesus Cristo ( 2 Co 3.18).

Supremo Amor a Deus

Neste ponto, seria proveitoso antecipar uma dificuldade e tentar esclarecê-la. É a questão que surge de um conceito errado sobre o amor. Este conceito errado pode ser definido mais ou menos assim: O amor é volúvel, imprevisível e quase totalmente fora do nosso controle. Surge espontaneamente e tanto pode perdurar como apagar-se sozinho. Como, então, podemos controlar nosso amor? Como podemos direcioná-lo para objetos mais ou menos dignos? E, especialmente, como podemos obrigá-lo a focalizar-se em Deus como o objeto apropriado e permanente da sua devoção?

Se o amor fosse, de fato, imprevisível e além do nosso controle, estas perguntas não teriam respostas satisfatórias e nossa perspectiva seria desoladora. A simples verdade, entretanto, é que o amor espiritual não é esta emoção caprichosa e irresponsável que as pessoas pensam erroneamente que é. O amor é servo da nossa vontade e sempre terá de ir para onde for enviado e fazer o que lhe foi ordenado.

A expressão romântica “apaixonar-se” nos deu a noção que somos obrigatoriamente vítimas das flechas do Cupido e que não podemos ter controle algum sobre nossos sentimentos. Os jovens hoje esperam se apaixonar e ser arrebatados por uma tempestade de emoções deliciosas. Inconscientemente, estendemos este conceito de amor à nossa relação com o Criador e nos perguntamos: Como podemos nos obrigar a amar a Deus acima de todas as coisas?

A resposta a esta pergunta, e a todas as outras relacionadas a ela, é que o amor que temos por Deus não é o amor do sentir, mas o amor do querer. O amor está dentro do nosso poder de escolha, de outra forma não teríamos na Bíblia a ordem de amar a Deus, nem teríamos de prestar contas por não amá-lo.

A mistura do ideal de amor romântico com o conceito de como nos relacionar com Deus foi extremamente prejudicial às nossas vidas cristãs. A idéia de que é necessário “apaixonar-se” por Deus, como algo passivo da nossa parte, fora do nosso controle, é uma atitude ignóbil, antibíblica, indigna da nossa parte e que certamente não traz honra alguma ao Deus Altíssimo. Não chegamos ao amor por Deus através de uma repentina visitação emotiva. O amor por Deus vem do arrependimento, de um desejo de mudar o rumo da vida e de uma determinação resoluta de amá-lo. À medida que Deus entra de maneira mais completa no foco do nosso coração, nosso amor por ele pode, de fato, expandir-se e crescer dentro de nós até varrer, qual enchente, tudo que estiver à sua frente.

Mas não devemos esperar por esta intensidade de sentimento. Não somos responsáveis por sentir, somos responsáveis por amar, e o verdadeiro amor espiritual começa com o querer. Devemos fixar nosso coração para amar a Deus acima de todas as coisas, por mais frio ou duro que este possa estar, e depois confirmar nosso amor através de cuidadosa e alegre obediência à sua Palavra. Emoções prazerosas certamente seguirão. Cânticos de passarinhos e flores não produzem a primavera, mas quando a primavera chega todos estes sinais a acompanharão.

Agora, apresso-me em negar qualquer identificação com a idéia popular de salvação por esforço humano ou força de vontade. Estou radicalmente oposto a toda forma de doutrina, com “capa” cristã, que ensina a depender da “força latente dentro de nós”, ou a confiar em “pensamento criativo” no lugar do poder de Deus. Todas estas filosofias infundadas falham exatamente no mesmo ponto – por presumirem erroneamente que a correnteza da natureza humana possa ser levada a voltar e subir as cataratas no sentido contrário. Isto é impossível. “A salvação vem do Senhor”.

Para ser salvo, o homem perdido precisa ser alcançado pelo poder de Deus e elevado a um nível superior. Precisa haver uma transmissão de vida divina no mistério do novo nascimento, antes de poder aplicar à sua vida as palavras do apóstolo: “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2 Co 3.18, NVI).

Ficou estabelecido aqui, espero, que a natureza humana está num processo de formação e que vai progressivamente se transformando na imagem daquilo que ama. Homens e mulheres são amoldados por suas afeições e poderosamente afetados pelo desenho artístico daquilo que amam. Neste mundo adâmico e caído, isto produz diariamente tragédias de proporções cósmicas. Pense no poder que transformou um garotinho inocente, de bochechas rosadas, num Nero ou num Hitler. E Jezabel, será que sempre foi a mulher maldita cuja cabeça nem os cachorros quiseram comer? Não! No princípio, ela também sonhou com a pureza de uma garotinha e se enrubescia ao pensar no amor sentimental; mas logo ficou atraída por coisas perversas, admirava-as e finalmente passou a amá-las. Aí a lei da afinidade moral tomou conta e Jezabel, como argila na mão do oleiro, se tornou aquele ser deformado e odioso que os eunucos jogaram pela janela (2 Rs 9.30-37).

Objetos Morais Dignos do Nosso Amor

Nosso Pai celestial proveu para seus filhos objetos morais e dignos de serem admirados e amados. São para Deus como as cores no arco-íris em volta do trono. Não são Deus, porém estão mais próximos a Deus; não podemos amá-lo sem amar estas coisas e à medida que as amarmos, seremos capacitados a amá-lo ainda mais. Quais são elas?

A primeira é justiça. Nosso Senhor Jesus amava justiça e odiava iniqüidade (Hb 1.9). Por esta razão, Deus o ungiu com o óleo da alegria acima de todos seus companheiros. Aqui temos um padrão definido. Amar implica também em odiar. O coração atraído à justiça será repelido pela iniqüidade no mesmo grau de intensidade; esta repulsão moral é ódio. A pessoa mais santa é aquela que mais ama a justiça e que odeia o mal com o ódio mais perfeito.

Depois vem a sabedoria. Temos a palavra “filosofia”, que vem dos gregos e significa o amor à sabedoria; porém os profetas hebreus vieram antes dos filósofos gregos e seu conceito de sabedoria era muito mais elevado e espiritual do que qualquer coisa que se conhecesse na Grécia. A literatura da sabedoria no Velho Testamento – Provérbios, Eclesiastes e alguns dos Salmos – pulsa com um amor à sabedoria desconhecido até por Platão.

Os escritores do Velho Testamento colocam a sabedoria num plano tão elevado que às vezes mal conseguimos distinguir a sabedoria que vem de Deus da sabedoria que é Deus. Os hebreus anteciparam por alguns séculos o conceito grego de Deus como a essência da sabedoria, embora seu conceito da sabedoria fosse mais moral do que intelectual. Para os hebreus, o homem sábio era o homem bom e piedoso, e sabedoria na sua maior nobreza era amar a Deus e guardar seus mandamentos. O pensador hebreu não conseguia separar sabedoria de justiça.

Um outro objeto para o amor cristão é a verdade. Aqui também teremos dificuldade em separar a verdade de Deus da sua pessoa. Cristo disse: “Eu sou a verdade”, e ao dizer isso, uniu verdade com a divindade de forma indissolúvel. Amar a Deus é amar a verdade, e amar a verdade com ardor constante é crescer em direção à imagem da verdade e afastar-se da mentira e do erro.

Não é necessário tentar relacionar todas as outras coisas boas e santas que Deus aprovou como nossos modelos. A Bíblia as coloca diante de nós: misericórdia, bondade, pureza, humildade, compaixão e muitas outras, e aqueles que forem ensinados pelo Espírito saberão o que fazer a respeito delas.

Em síntese, devemos amar e cultivar interesse em tudo que é moralmente belo. Foi por isto que Paulo escreveu aos filipenses: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Fp 4.8).

Fonte: Extraído do livro God Tells the Man Who Cares (Deus Conta ao Homem Que se Importa), de A. W. Tozer.